“Eu vim para vencer, lutar, conquistar, prosperar,
Eu vim para vencer, sobreviver, prosperar, erguer-me,
Para voar
Eu queria que hoje chovesse o dia todo
Talvez isso meio que fizesse a dor ir embora
Tentando te perdoar por me abandonar
Mas ainda acho que sou um anjo distante
Um anjo distante, estranho de certa forma
Deve ser por isso que persigo estranhos
Eles pegam suas armas e miram em mim
Mas eu me aproximo quando miram em mim
Eu, eu contra eles
Eu contra inimigos, eu contra amigos
De alguma forma, ambos parecem tornar-se um
Um mar cheio de tubarões, todos eles farejam sangue
Eles começam a chegar e eu começo a subir,
Deve ser surpreendente, sou apenas conjecturas,
Vencer, prosperar, planar, mais alto, mais alto
Mais fogo
Todos tentam me encaixar
Sufocante sempre que me trancam
Pintam as próprias imagens e depois tentam me enquadrar
Mas ficarei onde começa o topo
Pois não sou uma palavra, não sou um verso,
Não sou uma garota que pode ser definida
Não sou um voo, sou uma levitação
Represento uma geração inteira,
Ouço as críticas em alto e bom som
É assim que sei que a hora está perto
Então tornamo-nos vivos numa época de medo
E não tenho tempo a perder
Chorando demais dia após dia
Um fardo tão pesado posto sobre mim
Mas quando você trabalha duro seus ‘nãos’ viram ‘sims’
Prepare-se para isso,
Eu vim para vencer
Eu vim para vencer, lutar, conquistar, prosperar
Eu vim para vencer, sobreviver, prosperar, erguer-me
Para voar
Para voar”
Fly – Nicki Minaj feat. Rihanna
Meu corpo é oco para cuidar da incrível fonte de luz que se abriga em meu ser. É uma esfera média, amarelinha como uma chama de vela, que irradia em ondas círculos de luz. Ao mesmo tempo em que me esvazia, me preenche de uma substância abstrata, de um ar diferente, exclusivo. Uma nuvem que cheira à erva cidreira, perfumando-me interna, tornando-me um ponto de esperança. Ela é um complemento de mim, renovação da minha fé em lutar sem parar – porque mesmo quando cessamos por um intervalo, nos preparamos para a próxima leva. Sentados num saco de estopa, deixados no deserto. Esperam que morramos por cobras, mas vão se decepcionar. Porque vamos sobreviver. Não de um modo vitorioso por esperança e – estranhamente – por também desespero; será uma vitória gloriosa, iluminada, extremamente intensa. Vamos erguer nossas espadas sujas de areia, o sol nos queimando até os ossos. Nem seu corpo aguenta fisicamente – mas você está lá para vencer. Para mostrar a todos que nenhuma das tentativas de descrédito por medo e crueldade te derrubou. Você olha a luz ardente no céu, deixando lágrimas escorrerem muito rápidas pela luz que te desidrata o cristalino e pela glória dourada que conquistou. Heroica. Hercúlea. Você grita, ri, cai em prantos numa euforia maravilhosa de não saber o que fazer! A energia é tanta, a felicidade pura e genuína é tão grande que as únicas palavras nas quais você pensa são Eu consegui. Depois de tudo, depois de chorar tanto, de me quebrar, de gritar de dor e desespero. Depois de tantos esforços, depois de tanto desejar desaparecer com a poeira no ar, de não existir. Depois de tudo – TUDO – eu consegui. Eu provei a todos, e ainda melhor, a mim mesma que posso, que estou aqui, que sou incrível e heroína de mim mesma. Você soluça, descontrola a respiração, grita pelo amor, pela alegria de saber disso tudo. De saber que você não é um peso insignificante. Que tudo é tão lindo e perfeito. Por perceber o quanto você é forte, o tamanho da sua fé. O alívio e os sorrisos mais verdadeiros do mundo saem na respiração, doendo demais ao raspar nos brônquios, na garganta – porque você não quer deixá-los sair NUNCA. Eles são seus, você é de si mesmo, o mundo é seu se desejar – não por pertencer, mas por você se pertencer. Os olhos já cansados baixam para enxergar suas mãos entre o pó no chão. Já ajoelhado, sentindo seu corpo inteiro trêmulo, você prende o ar dentro e torna a chorar, mais e mais. A felicidade extrema é tamanha que não é possível pensar na melhor maneira de extravasá-la. Você simplesmente a sente e chora como uma criança, verdadeiramente, sem preocupações, sem receios. Chora de verdade, sentindo cada lágrima singular abrir caminho entre os poros. Como uma criança… Um corpinho quente e frágil, que não entende direito o que sente. E é tão bom. Tão libertador, tão glorioso quebrar as próprias correntes.