ATO I
Eu só não encontrei a perereca da pior maneira possível porque ela não estava subindo pela minha perna. Na boa, hoje (considere ‘hoje’ como ‘dois dias atrás’, porque só estou terminando o post dois dias depois do fato) eu não fiz absolutamente nada – mas aconteceu tudo. Uma parte desse tudo foi ter encontrado uma perereca no meu banheiro. Minha irmã tinha me falado de uma perereca, mas achei que fosse uma brincadeira – afinal, não tinha encontrado nenhuma até então. Mas hoje, deixei a Maghi e minha irmã na cantina e vim ao quarto a fim de tomar banho. Tirei a roupa, fiquei só de calcinha, entrei no box e desliguei o chuveiro. A perereca estava na parede. A minha sorte (que não era tanta no caso) foi que a bendita estava bem ao lado do vidro do box, então pensei: eu fecho a porta do box, bato na parede onde a maldita está – mas do outro lado do vidro – ela sai de lá, fica quieta num lugar melhor pra acertar, eu vou lá e créu nela com o chinelo! Só que não deu muito certo, porque a porcaria da perereca nem se mexeu. Vou ter que tentar algo diferente, pensei. Peguei, então, o outro pé do meu chinelo – o plano era o seguinte: abrir a porta do box, jogar um dos chinelos na perereca, fechar a porta para que ela não saísse de lá de dentro, esperar que ela ficasse quieta em um lugar no chão, abrir o box e matar a perereca com o outro chinelo. Era um bom plano, vocês têm que admitir. 😀 E lá fui eu colocá-lo em ação. Só que o primeiro chinelo não acertou a perereca! Ok, fui lá, sem movimentos bruscos e peguei o chinelo (que tinha caído longe daquela bichinha pegajosa). Joguei mais uma vez e caiu bem embaixo dela. Aí é que eu não ia lá pegar, né? Dado os fatos, tive a brilhante ideia de pegar uma sandália da minha irmã porque eu sou muito legal. Abri novamente a porta do box e joguei o chinelo (que dessa vez a acertou). O único problema foi que ela saiu pulando que nem uma louca, eu assustei e saí de perto sem fechar a porta de vidro. E não sei porque diabos eu pensei que ela fosse ficar lá dentro. Ela não ficou. Fez o maldito favor de passar pelo vão das duas folhas de vidro do box. Passou por lá e pulou na parede – o próximo passo era eu. Assustada que nem uma mula, eu joguei a sandália da minha irmã e acertei a bicha mas todo mundo sabe que eu queria é ter dado um tiro. Ela voou longe e pra dentro do box, mais uma vez. Suspirei aliviada. O problema é que estava sem munição novamente. Então peguei todas as sandálias da minha irmã. Resumindo, eu acertei a perereca uma duas vezes e, na última delas, aquela criatura saltitante pulou pra perto do vaso sanitário. Saí correndo do banheiro e pensei: Agora não tem jeito… Vou ter que usar as minhas sandálias e matar de vez aquela coisa. Me armei e aproximei do banheiro. Abri a porta vagarosamente, mas não vi a perereca. Procurei pelo banheiro todo e não encontrei coisa alguma. Decidi que seria melhor tomar um banho logo e sair de lá.
ATO II
Terminei meu banho, me vesti e deitei na cama. Minha irmã chegou. Laís, tem uma perereca no banheiro e contei a história inteira. Ela se preparou para tomar banho e entrou no banheiro. Ela achou a perereca. Depois de fracassadas tentativas de agressão física com calçados contra a intrusa, Laís fez a coisa mais prudente e responsável que alguém em nossa situação poderia fazer: ela ateou fogo na perereca. Sim, fogo! FOGO! E A PERERECA NÃO MORREU! A verdade é que, além de não morrer, ela desapareceu de novo. Minha irmã resolveu tomar banho e – enquanto ela o fazia – eu fiquei deitada na cama, ouvindo música com fones de ouvido. Tudo corria bem quando, de repente, minha irmã sai do banheiro enrolada na toalha e começa a me bater com uma calcinha molhada. Só que meu celular bloqueou o teclado e eu não conseguia desbloquear pra ouvir o que ela estava falando, porque – vamos e venhamos – fazer isso enquanto é espancada com uma calcinha ensopa não é muito fácil. Espera, Laís! Eu não sei nem porque eu estou apanhando!, falei uma duas vezes. Desbloqueei e parei a música. Minha irmã começou a explicar o que havia acontecido:
Laís: Sua filha da mãe! A perereca apareceu, ela ainda tava pegando fogo e ficou pulando que nem uma louca! Eu gritando ‘LETÍCIA! LETÍCIA, A PERERECA TÁ AQUI!’ e você ouvindo música! Daí eu peguei o pente e comecei a bater nela!
Eu: Você bateu na perereca com o pente?
Laís: Bati! Daí o fogo apagou e ela saiu pulando pra de trás do armário!
*me bate com a calcinha*
Laís: Sua desgraçada! Eu desesperada gritando pra você e você ouvindo música!
Pois, é. A perereca não voltou até agora. 😀 Deve ter morrido, coitada. 😐 Mas bem, é a vida, né? Além disso, fazia tempo que eu não via história de bichinhos aqui – o nome do blog já nem estava mais fazendo sentido. Por hoje, é só, pessoal!
Beijinhos,
Letii